Normalmente
imaginamos os gatos a dormir tranquilamente todos esticados e pensamos
que eles parecem os animais de estimação mais sossegados e calmos que
existem.
Mas só parecem... quem tem um ou mais gatos sabe que, por trás da atitude zen, os gatos são animais bastante stressados.Visitas em casa, saídas para o veterinário, um novo animal em casa, o uso de um aspirador são algumas das coisas que provocam reacções extremas como por exemplo: quedas de pêlo abruptas, ronronar continuo, esconder-se, encolher-se, miar incessantemente, andar e saltar descontrolado ou agir de forma violenta. O gato pode ter uma destas reacções, ou todas as reacções ao mesmo tempo. No geral, o gato sofre de stress quando se sente inseguro, ameaçado, doente ou até mesmo aborrecido; isto acontece porque:
- Os gatos não gostam de ver ou de sentir a presença de um animal desconhecido próximo do seu território;
- Os gatos não gostam de mudanças no seu território (casa), como uma reforma, aquisição de novos móveis, barulhos altos ou pior do que alterações ao seu território, a mudança para uma nova casa;
Os especialistas dizem que parte da ansiedade do gato vem do conflito entre a sua adaptação doméstica e a sua origem selvagem. Por um lado, o gato tem comida e abrigo oferecido pelo dono, mas, por outro, precisa exercer uma parte de seu comportamento fora de casa. Quando estão na rua, os gatos encontram outros gatos, estabelecem relações sociais com eles, caçam, procuram comida, fazem a corte, os machos exercem sua territorialidade e as fêmeas, a sua hierarquia. É como se os gatos fossem programados para levar um tipo de vida, se são colocados numa situação diferente, reagem. Estas situações diferentes podem ser, desde um estímulo desagradável para o gato até a falta completa de estímulo, ou seja, o tédio.
Para ajudar o gato, quem mora num apartamento pequeno, por exemplo, pode dispor de uma janela para o gato ver a rua, dar-lhe brinquedos, trazer cheiros diferentes e esconder comida pela casa. E para lidar com situações de stress é fundamental ter presente duas ideias:
1) O gato deve ter um esconderijo seguro, de preferência num lugar alto e com acessos sempre livres;
2) A caixa de transporte deve ser algo agradável para ele, talvez até o lugar onde durma e, de vez em quando, receba petiscos.
Se o seu gato apresentar sinais de stress de vez em quando, não precisa ficar logo preocupado, o stress faz parte da natureza felina e um pouco de stress não faz mal nenhum ao gato. O que não pode acontecer é o stress contínuo que pode levar o gato à auto mutilação por se lamber e coçar até causar feridas e peladas extensas; à rouquidão por miado excessivo; a problemas nos rins por evitar o uso da casa de banho; à desnutrição e desidratação por se recusar a comer ou beber agua. É importante lembrar que sintomas de stress também podem indicar doença.
Ao contrário dos cães, os gatos disfarçam a dor ou qualquer sinal de fraqueza, porque isso os torna vulneráveis perante os outros gatos. Por isso, se os sintomas que parecem ser stress persistem e não há uma causa definida, procure um veterinário rapidamente.